segunda-feira, 25 de junho de 2012

Meio Ambiente...


Fórum criado na Rio+20 fiscalizará compromissos

Órgão político da ONU para o desenvolvimento sustentável atende ao mesmo tempo a dois objetivos do Brasil: reforçar o multilateralismo e criar condições para cobrar de todos os países, especialmente dos ricos.

Prioridade - O fortalecimento do multilateralismo é prioridade da política externa brasileira desde sempre. Mas esse interesse tem sido explicitado em todos os fóruns internacionais desde que o presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu o governo, em 1995. A razão é simples: o Brasil não é e não será, num horizonte visível, uma superpotência militar e econômica.
Sua projeção global depende de sua liderança política, baseada em sua capacidade de articular posições de outros países e de apresentar credenciais que o elevem à condição de modelo - em esferas como meio ambiente, inclusão social e direitos humanos. Isso só é possível num ambiente multilateral.

O êxito do Brasil na Rio+20, ou o êxito da Rio+20 para o Brasil, é visto pelo governo desse ponto de vista. "O grande ganho dessa conferência é o multilateralismo", disse Izabella. "É difícil construir consensos. Essa é uma das coisas mais ricas das Nações Unidas. É complicado, é complexo. Porque temos de falar e saber ouvir e, com base na posição de todos, construir o consenso."

Em muitos momentos da Rio+20, os agradecimentos de representantes de outros países e da ONU pela "liderança" exercida pelo Brasil foram além das declarações protocolares que se fazem normalmente aos anfitriões. Muitas vezes vieram carregadas de menções das credenciais brasileiras.

"Os grandes esforços do Brasil demonstram, mais uma vez, que o Brasil continua um país profundamente dedicado à causa das Nações Unidas e é uma ponte entre o Norte e o Sul", declarou, por exemplo, Nassir Abdulaziz Al-Nasser, do Catar, o atual presidente da Assembleia Geral da ONU, na abertura da cúpula, na quarta-feira. "Mais que isso, demonstra que o Brasil está dedicado a fazer uma contribuição original à comunidade internacional, demonstrando como um país desenvolvido pode ao mesmo tempo perseguir com sucesso a prosperidade material, a justiça social e o bem-estar ambiental."

No sistema internacional, o poder é um jogo de soma zero, em que, para um país ganhar influência, é preciso que outro perca. Na Rio+20, isso ficou evidente na participação opaca da secretária de Estado americana, Hillary Clinton. Ela não disse uma palavra sobre o tema-chave da Rio+20: a necessidade de mudança dos padrões de consumo. Hillary preferiu anunciar - unilateralmente - programas de ajuda aos países pobres.


http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/forum-criado-na-rio-20-fiscalizara-compromissos
acesso em 25/06/2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário