quarta-feira, 23 de maio de 2012

Quem ganha com o fim da distribuição das sacolinhas?

Para Sérgio Esteves, especialista em sustentabilidade, a sociedade como um todo se beneficiará com a medida, já que ela fomentará a inovação nos negócios, deixará as cidades mais limpas, evitará enchentes e, ainda, ajudará na preservação da vida marinha. “A inovação está no DNA da sustentabilidade e exigirá de nós mudanças no estilo atual de vida”, diz:

Prejuízos no bolso do consumidor, que terá que pagar por alternativas para levar as compras para casa, e desemprego na indústria plástica são os principais argumentos daqueles que se posicionam contra o fim da distribuição das sacolas plásticas descartáveis nos supermercados
A polêmica a respeito do tema tomou novo fôlego, nos últimos dias, por conta do acordo firmado entre a Apas - Associação Paulista de Supermercados e o governo do Estado de São Paulo que começou a valer, oficialmente, nesta quarta-feira, 04/04. As redes varejistas afiliadas à Associação deixaram de distribuir, nos caixas, as sacolinhas plásticas descartáveis.
Para Sérgio Esteves, diretor-presidente da AMCE Negócios Sustentáveis e consultor de sustentabilidade da Editora Abril, a medida é positiva para a sociedade e nenhum dos argumentos citados acima pode ser analisado isoladamente. "Não é porque já existe um modelo de negócios e atuação consolidado que significa que ele é o melhor do ponto de vista da sustentabilidade e deva ser mantido. O fim da distribuição das sacolas plásticas vai, sim, impactar a indústria e a vida do consumidor, mas é um rompimento necessário", afirma o especialista, que completa: "Outros rompimentos continuarão a nos ser exigidos". 
O motivo é simples: na opinião de Esteves, atualmente, não dá para pensar em ganhar dinheiro sem levar em conta os impactos que os negócios causarão no presente e no futuro. "Não cabe continuar transferindo contas e passivos para a sociedade, ainda mais quando esta não pode ser responsabilizada pelas escolhas da indústria. O impacto da sacolinhas plásticas é conhecido. Elas entopem bueiros e causam enchentes; destroem a vida marinha e, consequentemente, impactam no equilíbrio da vida que temos hoje no planeta. Não dá para ganhar dinheiro deixando a conta do estrago que estamos causando para o futuro. Mais cedo ou mais tarde, alguém vai ter que pagar a conta", diz o consultor, que ainda completa: "Não adianta protelar uma medida que, hora ou outra, vai ter que ser tomada. O uso das sacolinhas é um hábito comum hoje, o que não significa que seja um hábito correto do ponto de vista ambiental". 
Esteves ainda pontuou que o atual cenário é uma excelente oportunidade para o fomento de inovações e novos negócios. "O histórico do capitalismo é esse mesmo, de pessoas que ganham e perdem seus empregos e de empresas que não consegue se ajustar às novas demandas da sociedade e dão lugar a outras, mais sintonizadas com os novos tempos", destaca. 
Quanto ao fato de que, a partir de agora, quem quiser sacolas plásticas terá que comprá-las, Esteves é bem direto: "Eu acho ótimo! E, na minha opinião, o preço das sacolinhas deveria ser equivalente ao estrago que elas causam no planeta". O consultor explica por quê: "A sustentabilidade não é um assunto privado, mas público e, como tal, deve ser debatido no âmbito da sociedade. Não será com argumentos que olham algo, apenas, de uma perspectiva que esse debate poderá se realizar. As pessoas são livres para fazer suas escolhas e pagar por elas. O preço das sacolinhas não deve ser fixado com base em leis de mercado, mas em função dos custos que precisam ser assumidos pela sociedade para administrar seus impactos, considerando, claro, os seus benefícios". E continua: "Se você sabe dos impactos das sacolas plásticas e, ainda, assim, decide usá-las, deve pagar pelos estragos que elas causam". 



Informações retiradas do site:
Imagens retiradas do Google

 Contribuição,

da professora Rosângela,

2º ano do E.F.I.


 

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